quarta-feira, 14 de novembro de 2012



Na alegria ou na tristeza é o cacete, mermão!



    Eu quero só alegria, já estou legal de tristeza. São anos e anos nessa agonia, nessa amargura, nesse muro de lamentação.
  Somos casados com o Vasco, escolhemos esse caminho, assumimos essa identidade, mas que casamento resiste a tanta tristeza? Quem agüenta tanto tempo sem ter o amor correspondido?    Que casamento é esse que há 10 anos não se consuma?
    Ou o Vasco faz uma reformulação e contrata meia dúzia de resolvedores de problema, ou muitos de nós entrará em litígio com o clube.
     Torcedores que somos, tentamos nos animar, tentamos levantar a cabeça, acreditar, mas chega um ponto em que não dá! Chega uma hora em que a gente perde a força. Eu cansei de brigar sozinho por esse relacionamento, cansei de não ser correspondido, cansei de ser piada, cansei de não ter argumento, cansei de defender o Vasco com unhas e dentes enquanto o mesmo se entrega a própria sorte. Cansei de sentir raiva do meu próprio coração!
    Desmanche de elenco, má (ou nenhuma) reposição dos atletas que saíram, erros no balanço fiscal em sequência, situacionistas pulando fora e se tornando, curiosamente, oposição, enfim ... Mais UNS capítulos dessa história que está com todo jeito de terminar de forma trágica. Que tristeza Meu Deus! Que tristeza!
   Coitados de vocês um pouco mais novos que eu, afinal, tenho apenas 21 anos, mas lembro-me como se fosse hoje das nossas vitórias na década de 90. Os jogadores daquela época ficam ainda melhores nas minhas lembranças. Mestre Armando Nogueira escreveu certa vez “ Há muito tempo que o futebol pra mim é mais saudade do que esperança”. Pra mim também Mestre, mas PORRA!!! Eu tenho 21 anos! Não eram pra existir saudosistas tão jovens assim! Eu tenho muito pra viver, tenho muito pra acompanhar meu time, tenho, pelo menos supunha ter, muito com que me alegrar em minha vida de torcedor.
    O que será de nós? Viraremos um time de segunda divisão!? Num futuro não distante seremos o que? O segundo time do torcedor carioca? Aquele time simpático pelo qual nossos netos dirão que nós avós torcíamos? Seria mesmo esse o nosso destino? Será que foi pra isso que os que nos precederam doaram o que podiam para erguer nosso Templo de São Januário?
  O quê pensariam esses mesmos torcedores e dirigentes do passado, que faziam das tripas coração para colocar o Vasco nos primeiros postos em tudo, se vissem as politicagens que dominam o Vasco hoje em dia? Ninguém coloca o Vasco em primeiro plano!
   “O Vasco é meu” é o Caralho! Se o Vasco fosse meu, seu, nosso, ele não seria essa piada! O Vasco é deles! Desse bando de velhacos safados que só querem saber de encher a burra de dinheiro! Pensamos que com o Roberto entrando na presidência os problemas iriam diminuir, num raciocínio quase que infantilmente ingênuo. O Caos apenas começava! O Vasco tem sabotadores dentro da própria direção, a oposição trabalha minuto a minuto para atravancar tudo para essa que aí está. E eu votarei na próxima eleição para quê? Vai entrar outra chapa e vai mudar o quê? As milhares de oposições continuarão FUDENDO tudo! Que sede de poder é essa Caralho!?? Larguem o osso cambada de Filhos Da puta!!! Não façam mais isso com o meu Vasco! Será que vocês não entendem que enquanto vocês brigam, milhões e milhões de torcedores, que só querem ver sua PORRA DE TIME DE FUTEBOL GANHANDO, sofrem?
   Não contem com meu dinheiro nem com meus ombros para carregar o Vasco em mais uma Série B.
Lucas Fernandes

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Não deixem o meu Vasco morrer!
Hoje abrirei meu coração, muitas coisas têm se passado em minha mente com relação ao estado crítico ao qual o clube vem passando. Relembro que nascida na era de ouro – Anos 90 - eu vi um clube compacto, realmente unido disposto a fazer o Vasco, aquele time da Zona Norte que resolveu colocar negros e operários a jogar um grande clube.
Sei que jogadores vem e vão, mas é triste ver que muitos deles não tem o menor respeito pelo time, é triste ver treinador saindo pela porta dos fundos sem ter a ombridade de pelo menos mostrar respeito, por que nenhum time é formados por estruturas grandiosas de pedras, um time é formado pelo sentimento de vários torcedores, meros mortais que encontraram um motivo pelo qual viver.
Política é política em qualquer lugar, seja em Brasília ou no gabinete da diretoria, todos querem o poder, mas se esquecem que junto com o poder vem a responsabilidade de manter a história limpa e íntegra. Mas ao contrário disso todos sem exceção só têm manchado a história do clube.
Acredito que você como eu nunca acreditou ver o clube num estado pior do que na década anterior, é vexatório ver um dos maiores ídolos do clube cordenar nosso destino como se estivesse jogando uma batalha naval ... Ora prossegue “bem”, ora nos deixa sem opções, vivenciando diariamente as páginas do jornais.
Aonde já se viu um presidente dizer que um clube fechará as portas se não houver redução nos impostos fiscais? Deixar conta de água sem pagar? Economizar isotônico? Jogadores e funcionários sem salário? E para onde vai o dinheiro dos ingressos que não são baratos, dos uniformes, direito de imagem e até mesmo da venda dos jogadores essenciais que deixou escapar?
Deixar Diego Souza, Fágner, Rômulo, Allan partirem foi como dar um tiro no próprio pé, ficamos sem jogadores guerreiros que estavam dipostos a manter a honra do clube, e ainda não sabemos aonde foram parar tanto dinheiro. Será que isso é coisa de quem realmente ama o Vasco?
Dizer que irá formular um planejamento para um 2013 sem problemas não apaga das nossas memórias um 2012 no G4, que pode terminar no final próximo ao maior rival que fez um péssimo campeonato fugindo do rebaixamento a todo instante.
Do que adianta um passado majestoso, que nos deixou grandes exemplos a serem seguidos se a história que está ficando para essa geração é que o dinheiro e o poder é mais importante do que o caráter, o amor ao futebol e a honra a camisa.
Maay Aveiro


A vida me fez Vasco e eu fiz do Vasco a minha vida!



     Ser Vascaíno é algo tão especial e importante que mereceria até um registro na identidade.
     O vascaíno é diferente de todos os demais torcedores, porque o Vasco é diferente de todos os outros clubes.
  Torcer para esse clube é muito mais do que simplesmente vangloriar-se das inúmeras vitórias ou contabilizar troféus. Ser Vascaíno transcende os limites materiais. Não se trata de ter um escudo crivado por glórias no lugar do coração. Ser Vascaíno é ter uma Cruz De Malta tatuada na alma. É mais do que ter um clube do coração, é ter um propósito, um ideal de vida. É selar um compromisso irrevogável com a luta pelo justo.
   Tu, Vasco, não nasceste em berço esplêndido como teus co-irmãos. Foste criado no subúrbio, cresceste em meio aos pobres, aos negros, aos operários, aos renegados, aos marginais. Não tens o Cristo pela frente a abençoar-te porque já vieste ao mundo abençoado pela Cruz que reluz em teu peito. Não foste acolhido pelos abastados, mas acolheste sob teus braços toda qualidade de gente.
   Ahh… meu Vasco querido, de grandeza imensurável, não importa o recorte que se faça da história, ou o tempo em que te olhem, só é possível enxergar-te imenso. Fecho os olhos e lembro-me do que não vivi.
   Vejo agora pela frente as temidas Camisas Negras, que mudaram o curso da história. Trouxeste, àquele tempo, a novidade. Não eras um time de “Players”, não disputavas os “Matchs” contra seus rivais. Vieste à cena ensinar que o jogo é jogado por jogadores, vieste com a missão de popularizar o esporte. Respeitavas e, ao mesmo tempo, equalizavas as diferenças. Incomodavas por isso.
    Os demais entendiam que as diferenças não poderiam conviver em um mesmo campo. Ingleses não misturam-se com brasileiros. Brancos não dividem o “Field” com negros. O pobre é o pobre e o rico é o rico, e assim que as coisas devem ser. Impuseram-te barreiras, normas, regras estúpidas, tudo para impedir-te de cumprir sua razão de ser. Declinastes, então, da disputa em nome de seus princípios. Evidente que tu não aceitarias perder tua essência e tua razão social.
    Mas agradeças aos rivais pela mesquinharia. Agradeças por todas as barreiras impostas. Foi justamente aí que mostraste tua grandeza a todos. Se teu combalido campinho não servia de palco para as pelejas, ergas então teu castelo com as pedras atiradas.
  Se os rivais soubessem que as medidas arbitrárias serviriam apenas para unir-te mais ainda a teu povo, talvez tivessem desistido antes. Tua gente estava disposta a lutar, com ainda mais afinco, em todas as batalhas que viessem pela frente. E foi assim na base da luta e do amor de seus torcedores que construíste teu palco.
   Agora tu eras grande por dentro e por fora. Viraste naquele instante o Gigante da Colina, pronto para conquistar tudo que houvesse para ser conquistado.
    Ainda de olhos fechados, enxergo o Expresso da Vitória. A essa altura tu já eras uma realidade incômoda a todos os rivais. O clube dos pobres e operários venceu na vida, subiu de patamar e arrebatava multidões por onde passava. Conquistaste, em nome do país, o primeiro campeonato Continental de Clubes do Mundo. Tinhas a base da seleção nacional, tinhas Barbosa, um goleiro incomparável a defender-te o pavilhão, Danilo, um meio campo elegante e majestoso a comandar-te e Ademir, um artilheiro mortífero e dominado pelo coração vascaíno.
   A Viagem agora passa pelos anos 70, quando foste o primeiro clube do Rio de Janeiro a conquistar o Brasil, ratificando aos incautos de uma vez por todas a inexistência de limites para ti. O garoto Dinamite explodia o coração dos Vascaínos de alegria, e assim continuaria por muitos e muitos anos.
    Nasceste gigante e mesmo assim não parou um segundo sequer de crescer. Os anos 80 trouxeram consigo mais uma conquista nacional. O apelido dessa vez não era de Expresso, muito embora atropelasses da mesma forma quem cruzava o caminho. Tinhas agora a alcunha de Sele-Vasco. Revelavas nesse tempo um artilheiro baixinho, mais um filho de suas entranhas que ganharia o mundo.
    A década seguinte foi de ouro puro. Todos curvaram-se a ti. As conquistas proliferavam-se ao passo que se proliferavam os talentos. E foram muitos que saíram de tuas fornalhas. Artilheiros como Edmundo, Romário e Valdir; Meias como Felipe, Pedrinho, Juninho e Ramón; Goleiros como Germano e Hélton, dignos de envergar a camisa 1 que um dia fora de Barbosa(O Maior de Todos). A camisa Vascaína não é para ser vestida, é para ser incorporada.
    Foste reconhecido como maior clube de todos por todos, e não somente pelos seus fiéis que sempre souberam disso. Porque tu és o maior não só pela sua coleção invejável de taças e conquistas, és o maior simplesmente pelo fato de ser o que és.
Passaste um tempo no ostracismo, é verdade. Roubaram-lhe de ti a essência democrática e passaste por maus bocados. Trocaram-te a humildade altiva que te é registro, para vesti-lo de arrogância e prepotência, levando-te assim a disputas que jamais foram tuas. Ainda assim, tua gente insurgiu-se novamente para erguer-te e mostrar a ti quem tu de fato és. Um forte, um grande, o Gigante!
    E antes de qualquer crítica pelo atual momento, gostaria de agradecê-lo por tudo, pelas vitórias monumentais, épicas e todas as alegrias, e também pelas derrotas, que serviram para mostrar a mim mesmo que te amo sobre todas as coisas.
     Esses dias perguntaram-me o que eu seria se não fosse Vasco. Ao que respondi: Não é essa a pergunta a ser feita, a correta é a seguinte: E se não fosse o Vasco, o que seria de mim?
Lucas Fernandes

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