quinta-feira, 17 de maio de 2012

Diário Animal ! 

- Devo tudo à minha família, à torcida e ao Vasco !
" (...)Peço licença à torcida do Palmeiras que mora em meu coração, mas vou contar um pouco da minha história no Vasco. A primeira vez que pisei em São Januário foi com oito anos, lembro da emoção que senti e de, um sonho de um dia me tornar jogador. Foi no Vasco que cresci e foi o clube que me  deu chance de mudar a vida de minha família. Agarrei a oportunidade como pude, me dediquei de corpo e alma, me entreguei de coração. Nunca quis ser rico ou famoso, só queria jogar futebol e ajudar meus familiares. Até ao chegar no profissional, fiz sacrifícios, passei dificuldades, mas tudo isso era normal, até porque nunca soube o que era conforto. E me superei a cada dia. Tudo foi um aprendizado, que fez eu me tornar uma pessoa determinada em buscar os meus sonhos. Já realizei grande parte deles, o principal foi construir família, oferecer aos meus filhos uma boa educação e oportunidade para que possam buscar o melhor para a vida deles. Foi sempre com muito orgulho e paixão que vesti a camisa do Vasco. Por já ter ficado na arquiba, aprendi a entender o torcedor e sempre me entreguei por inteiro para retribuir o apoio da torcida. Tanto quanto eles, eu sempre quis ver o Vasco vencer. Eu queria vencer, não só no futebol, mas na vida e o clube sempre me ofereceu tudo. Aguardo vocês, vascaínos, na quarta-feira, para sentir pela ultima vez a emoção de defender, em campo, o nosso clube de coração. Apesar de estar a algum tempo parado, prometo dar a vida para tentar retribuir tudo que a minha família, vocês e o Vasco, já fizeram por mim. Muito obrigado por tudo. Tamo junto, hoje e sempre."
FONTE: Jornal L! (22-03-2012)

- São Janú faz falta!
"Falta menos de uma semana para a despedida. Apesar de não ter precisão de voltar a jogar profissionalmente, sentia muita saudade da vida no clube, do trabalho em equipe, do convívio com os colegas, da proximidade da torcida. Desse dia a dia, faz muita falta. Sendo no Vasco, isso ocorre comigo em proporção maior, porque conheço as pessoas que trabalham fora de campo também. Fiquei muito feliz em revê-las tão bem depois de anos. Voltar me faz relembrar momentos incríveis. Têm sido difícil não me emocionar. Tenho recebido muito carinho do clube e dos  torcedores. Essas manifestações me motivam ainda mais a retribuir em campo. Em São Januário, sinto um clima especial. Acredito que este grupo pode escrever mais um importante capítulo na História do clube, como já fizeram na Copa do Brasil. O show da torcida na quarta e a forma como o nosso Vasco venceu relembram os jogos nas maiores conquistas do clube, com muita raça e sintonia entre torcida e time. Vamos conseguir juntos, unidos em busca de levar o Vascão cada vez mais longe(...)"
FONTE: Jornal L! (23-03-2012)
- Reconhecimento da torcida é o melhor!
"Em janeiro de 1992, me preparava para a Copa SP de Juniores. Aquela era a chance de subir para o profissional. Quando eu ia embarcar, tive uma decepção que veio seguida de uma alegria. Fui comunicado que não viajaria, oque me deixou frustrado. Eu queria ser campeão, tínhamos um timaço e que por sinal levantou a taça. Mas o motivo do meu corte era especial, eu deveria me juntar imediatamente aos profissionais. Minha estréia foi no dia 26 de janeiros daquele ano contra o Corinthians. Ganhamos de 4 a 1. Foi um dia mágico, sabia que a minha vida iria mudar, tinha realizado o sonho de me tornar jogador, podia ajudar o Vasco em campo e queria muito ser campeão. Logo naquele ano tive a alegria de conquistar o Carioca. Cinco anos depois conquistamos o Brasileiro de 97, temporada que eu não imaginava que teria uma proporção tão grande em minha vida. Vou falar, mais sobre isso amanhã, mas entre tantas alegrias com o Vasco, o maior e que eu considero mais importante foi o reconhecimento do torcedor. Eles sempre souberam que dava tudo de mim, independente do campeonato ou adversário. Fico muito feliz quando ouço os torcedores dizendo que sou exemplo de vascaíno e que eu amo o clube. Fico muito mais feliz quando falam de um gol, jogo ou título que participei. Amo o Vasco. Mas por nunca precisar ficar repetindo isso que o reconhecimento me faz tão bem. Não sei dimensionar o tamanho do meu amor, é algo difícil de explicar. A gente sofre, luta, chora briga, se emociona e é feliz com o time de coração. Clube de futebol, é algo que entra e fica até o final em nossas vidas. É como se fosse alguém da família, é um amor incondicional. Sei que o clube está preparando uma festa para a torcida, quero estar bem e mais uma vez deixar tudo em campo, a minha vontade, o meu sangue e o meu coração. Um grande abraço e até lá."
FONTE: Jornal L! (24-03-2012)
- O ano de 97 foi muito especial!
"Somente hoje começo a entender o que a temporada de 1997 representa para o Vasco, para quem era daquele time e para a torcida. Conquistas importante e a forma como elas acontecem marcam a carreira de um atleta e ajudam a construir a sua história dentro de um clube. Sempre soube que aquilo foi importante, mas não fazia ideia do quanto isso permaneceria presente na minha  vida quinze anos depois. Naquele brasileiro tudo deu certo. Um lance que mostra bem que foi isso foi o terceiro gol contra o Flamengo: eu cortei o zagueiro para o lado mais difícil , quase perdi o ângulo, não chutei  com a perna boa e mesmo assim a bola entrou. Já passou mais de uma década e os torcedores seguem me cumprimentando como se eu tivesse feito  ontem os três gols contra o Flamengo ou os seis contra o União São João. Ver a emoção, a gratidão e o carinho da torcida com aquele time me enche de orgulho.(...) Agradeço de coração o carinho. Quanto mais converso com vocês, maior é a ansiedade para que quarta-feira chegue logo. Como vascaíno e fã fiquei triste com o falecimento do Chico Anysio. Uma grande perda como pessoa e profissional. Hoje o clube vai prestar homenagem a este ídolo, algo justo para um torcedor ilustre que sempre demonstrou amor ao Vasco. Vou treinar galera, faltam poucos dias."
FONTE: Jornal L! (25-03-2012)
- Ansiedade e vontade de retribuir o carinho!
"Conforme se aproxima o jogo de despedida vai aumentando minha ansiedade. Entrar em campo, reencontrar a torcida, sentir a energia que vem da arquibancada e poder viver pela ultima vez esta emoção é um presente que jamais vou esquecer. Agradeço a diretoria do Vasco pelo carinho e em especial ao Roberto pela forma generosa que vem tratando não só a mim, mas outros atletas que já vestiram a camisa do clube. Aproveito e manifesto minha satisfação com a reintegração do Carlos Alberto, além de craque , ele joga com o coração, pode ajudar nessa reta decisiva. Quando fiquei sabendo das filas em São Januário para comprar os ingressos para o jogo de quarta, passei a me preocupar ainda mais. Quase não durmo de tanta ansiedade. Tenho dedicado todo o meu tempo livre a treinar... Escolhi o Barcelona do Equador como adversário e fui atendido, pedi para treinar junto com o elenco e fui muito bem recebido. As manifestações da torcida e de toda a imprensa tem me deixado muito feliz. Não imaginei que este jogo poderia ganhar tamanha atenção e, após tanto apoio, podem ter certeza de que o meu espírito será o de sempre. Para mim é final de campeonato. O empate diante do Resende não foi o melhor resultado, mas mantém a equipe na zona de classificação da Taça Rio. Seja no Estadual ou na Libertadores, vamos entrar em uma sequencia de jogos cada vez mais difíceis e importantes. Este é o momento de torcermos juntos. Não e fácil a sequência, não só no aspecto físico, mas no psicológico. Temos que estar juntos. Quarta-feira estaremos juntos em busca de mais uma vitória!"
FONTE: Jornal L! (26-03-2012)
- Com a minha família aprendi a lutar; com o Vasco aprendi a vencer!
"Após o Campeonato Brasileiro de 1997, parti em busca de novos sonhos na Europa. Deixar o Brasil foi muito difícil, a distância da família, a falta de lazer e do carinho da torcida, somando ao fato de que não encontrei por parte da comissão técnica da Fiorentina a receptividade que eu esperava. Isso tudo me faz passar por momentos difíceis. Enquanto isso, no Brasil, o Vasco jogava e seguia em busca do título inédito da Copa Libertadores. Isso me dava muita vontade de voltar ao Brasil, de estar com aquele grupo para disputar o título Sul-americano. Eu participei como pude, queria ter jogado aquela decisão. Torci como nunca e fomos campeões. Na minha despedida escolhi jogar contra o Barcelona  do Equador porque este jogo me traz ótimas lembranças. Do nosso Vasco campeão, da torcida bem feliz. Amanhã vai ser um dia especial. Reencontrar com todos vocês, sentir novamente o calor da torcida e a emoção de vestir a nossa camisa. Reviver os momentos mais importantes  da minha história dentro do clube e fechar definitivamente a minha carreira como atleta. Com a minha família aprendi a lutar  e dentro do Vasco aprendi a vencer.  Considero que a grande vitória deste jogo de despedida é poder entrar em campo com a sensação de dever cumprido, de que toda a minha dedicação ao clube nesta trajetória valeu a pena, que foi positiva e correspondeu a expectativa de todos aqueles que sempre me apoiaram nos momentos mais felizes e também nas decepções. Eu me sinto completamente realizado e feliz demais com esta última oportunidade. Beijo no coração de toda a torcida!"
FONTE: Jornal L! (27-03-2012)
- Devo à torcida tudo que tenho de melhor!
"O Vasco foi mais do que a minha casa, foi o meu porto seguro em momentos difíceis da vida. Vivi intensamente a minha carreira, passei por tristezas que levaram tempo para curar e momentos maravilhosos com alegria que vão durar eternamente. Quando perdi o pênalti no Mundial, um mundo desabou, sofri demais. Tenho a certeza de que não havia alguém que gostaria de conquistar mais aquele título do que eu. No máximo igual. O carinho e o respeito do torcedor me ajudaram a superar. Eles sabiam exatamente tudo que eu estava sofrendo e quanto queria o Vasco campeão. Quem ama um clube e vive intensamente essa paixão pode imaginar a alegria que eu senti em 97. Ajudar no título e proporcionar a alegria a tanta gente é algo tão bom que não sei explicar. É mágico. Vejo o Felipe beijando a camisa e entendo o que passa em seu coração. Quando assisto a torcida gritando: "Juninho Monumental" sei o que querem dizer: Ele é muito mais que um Rei. E quando ouço o torcedor gritar "Ah é Edmundo!", o meu coração dispara. Hoje vai ser difícil me despedir, mas seria muito mais difícil seguir a vida sem dizer definitivamente adeus á carreira e fechar de forma digna a minha história do clube. Não consigo descrever minha gratidão ao Vasco, à torcida e a minha família. Recebi de vocês muito mais do que ofereci e não sei como retribuir todo esse amor. Eu não tenho a menor dúvida de que devo á vocês tudo aquilo que existe de melhor em mim. Muito Obrigado."
FONTE: Jornal L! (28-03-2012)

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