quinta-feira, 17 de maio de 2012

Jogo dos Sonhos !
       A última imagem que tínhamos de Edmundo com a camisa do Vasco era melancólica: a derrota para o Vitória e o rebaixamento do clube à Segunda Divisão do Brasileiro em 2008. Pouco mais de três anos depois, o ídolo vascaíno recriou a sua despedida do time de coração. Agora com uma grande festa, vestindo a camisa dez que não pôde usar diante do mesmo adversário há 14 anos na final da Libertadores. 
      Pazes e convite feitos, ele passa a limpo sua trajetória vitoriosa em São Januário, que teve seu auge em 1997. Da concentração com o elenco atual à entrada pelo túnel do estádio, tudo levado a sério pelo ex-jogador. À sua volta, alguns companheiros dos seus grandes momentos no clube. Odvan, Pedrinho, Mauro Galvão, entre outros, estarão presentes na homenagem Eurico Miranda, ex-presidente do Clube. Em campo, ao seu lado, Felipe e Juninho Pernambucano. 

     Se nós vascaínos de transformar tudo em comemoração, imagine encerrar um ciclo de 17 anos, sei que muitos choraram como eu e ele, as lágrimas escorriam mais do que as de costume, diante da demonstração de tanto amor. No lugar da imagem polêmica que conquistou ao longo de sua carreira, Edmundo adquiriu uma imagem serena e grata a família, ao Vasco e principalmente a torcida cruzmaltina.
     Craque, veloz, polêmico, goleador, habilidoso, ídolo. Animal. Edmundo marcou seu nome na história do futebol brasileiro e especificamente do Vasco. E nesta festa, 21.247 torcedores presenciaram esse ritual e abriram seus braços em São Januário para receber o craque pela última vez em uma partida. E ele, vestindo a camisa 10, retribuiu a presença da torcida com dois gols, belos passes, dribles, agradecimentos e lágrimas.Com os refletores do estádio apagados, saindo do Trem Bala Edmundo entrou em campo sozinho para ser ovacionado pelos torcedores. 
     Com o número 10 às costas, ele não segurou a emoção e precisou enxugar as lágrimas, recebeu a braçadeira de capitão do apoiador Juninho Pernambucano. Depois de uma longa queima de fogos, típica da década de 90, Edmundo recebeu uma placa do presidente Roberto Dinamite e cumpriu o papel de ídolo ao cantar o hino vascaíno em coro com os torcedores.
      Edmundo participava de todas os lances ofensivos, o que acontecia a todo momento, já que o jogo praticamente se resumia a ataque contra defesa. E sua entrega foi tão verdadeira e positiva, que ele fez lembrar seus áureos tempos em alguns momentos, que não resistimos e pedimos para ficar, voltar, seja lá como for, para não abandonar o que ele sempre fez tão bem por nós, mas infelizmente a idade pesa, aos 40 anos ele não aguentaria uma sequência de jogos. 
     E mesmo com a queda de energia por 20 minutos, nada mudou. A torcida permaneceu intacta comemorando e cantando, a luz foi restabelecida e mais gols no placar. Aos 40 minutos o jogo não importava mais, Edmundo foi substituído e deu a volta olímpica, mas nada mais importava. Naquele momento, Edmundo enfim cumpria seu sonho, de reencontrar a torcida numa partida de despedida.
      Homenagens prestadas no twitter e em vídeo, mas nada se comparava aquela imagem final, no telão de São Janú reprisava um vídeo que arrancou gritos e aplausos dos vascaínos destaca frases polêmicas, gols históricos e comemorações características do Animal. Além disso, há depoimentos de ex-companheiros.  
     Ao sair do vestiário, Edmundo ainda tinha mais carinho a receber. Mesmo debaixo de muita chuva, cerca de duzentos torcedores ainda o esperavam para pegar um autógrafo ou tirar uma foto. Foram mais 20 minutos até conseguir chegar ao carro. Mas, mesmo dentro do veículo, ainda assinou mais algumas camisas. Às 23h13m, o Animal cruzou o portão do estacionamento e deixou, definitivamente, sua história como jogador no passado. Mesmo que na rua ainda pudesse ouvir os gritos dos fãs que acabavam de ficar para trás: “Ah, é Edmundo”! Deixou Saudades ;(
Maay Aveiro 

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