domingo, 20 de maio de 2012

 Quem ganha a vida com a boca é cantor! 

   Foi uma partida emocionante. Flamengo e Vasco testaram o coração dos torcedores com problemas cardíacos. E, principalmente pelo domínio indiscutível no primeiro tempo, com um time mais bem armado taticamente, mostrando superioridade individual e coletiva, o Vasco saiu vencedor. 
    Com uma atuação impecável de Felipe, autor de grandes jogadas, do gol da virada para 2 a 1 e do terceiro, de pênalti - Éder Luis fez o primeiro, e Vagner Love e Kleberson marcaram os gols rubro-negros -, o time chega à final contra o Botafogo.
    A derrota encerra o primeiro semestre do Flamengo, eliminado da Libertadores na primeira fase e sem chance de ganhar o estadual, vai ficar 27 dias sem jogar - a estreia no Brasileiro contra o Sport será dia 19 de maio. A torcida do Vasco não perdoou. "Eliminado" e "Adeus, Mengo!" eram os gritos no fim da partida, ironizando o rival. 


    Nos primeiros 20 minutos, houve um massacre do Vasco após a parada técnica, os rubro-negros até conseguiram diminuir a pressão. No começo, o torcedor flamenguista viveu uma ilusão. Mas as aparências enganam, e muito. Aos gritos da torcida vascaína de "eliminado!', numa provocação à saída prematura da Libertadores, o Flamengo iniciou sob a pressão de ver o semestre acabar em abril. Mas viu o mundo sorrir novamente no terceiro minuto de jogo. Num contra-ataque iniciado por Ronaldinho, a bola resvalou em Renato Silva e sobrou para Kleberson lançar pelo alto. Vagner Love, matou no peito e bateu de canhota: 1 a 0.
    Mas a partir do gol rubro-negro, o primeiro ato da partida acabou. Teve início o segundo, com um gigantesco predomínio vascaíno. Logo no minuto seguinte, o Vasco deu o troco. Após ótimo passe de Diego Souza, Éder Luis invadiu a área e tocou na saída do goleiro Felipe. Antes de a bola entrar, um milagre: Junior Cesar conseguiu se antecipar e salvar, jogando para escanteio, quase em cima da linha.
   O Vasco se cresceu mais ainda, no meio-campo, Rômulo, Fellipe Bastos, Felipe e Diego Souza pareciam gigantes em campo. Com marcação forte, ganhavam todas as jogadas e iniciavam com velocidade o ataque. O bombardeio era praticamente minuto a minuto: continuou com falta cobrada por Fellipe Bastos para Rodolfo desperdiçar nova chance, batendo para fora. Ainda na sequência, Fellipe Bastos mandou uma bomba que o goleiro rubro-negro espalmou, e depois cobrou falta para Renato Silva mandar de cabeça na trave.
   Se o meio-campo do Vasco seguia compacto, com bom auxílio dos laterais, principalmente Fágner - que desperdiçou nova oportunidade -, e a sintonia de Éder Luis e Alecsandro no ataque, o do Flamengo deixava a marcação aberta.
   Do lado vascaíno, os jogadores aumentavam o nível da partida cada vez mais. E foi dos pés de Felipe que saiu o gol de empate.  O maestro bateu de canhota, de fora da área. Felipe, o goleiro, bateu roupa. Éder Luis chegou e tocou para as redes. O gol fazia justiça. No minuto seguinte, por pouco o meia não repetiu a dose.
    A nova chance desperdiçada por Éder Luis antes da parada técnica. O Flamengo até melhorou um pouco o posicionamento. Mas de nada adiantou, com um time apático e lento. 
   Luiz Antônio e Welinton até tassustaram Fernando Prass, quase marcou o segundo. Mas ficou aí a tentativa de reação rubro-negra. Do outro lado, Felipe estava inspirado. Tudo bem que contou com a colaboração de Junior Cesar. O lateral afastou mal de cabeça uma bola, na entrada da área. O craque bateu de canhota. A bola ainda tocou na trave esquerda antes de entrar: era a virada vascaína, aos 40 minutos.
    O Flamengo até tentou uma reação. Kleberson, em passe de Vagner Love, quase empatou aos 43 - a bola desviou em Renato Silva -, dando uma esperança aos rubro-negros. Mas, já com Bottinelli no lugar de Muralha, o Flamengo levou um duro golpe no primeiro minuto da segunda etapa. Pênalti do goleiro Felipe em Alecsandro, depois da finalização para fora do atacante. O arqueiro levou o cartão amarelo e depois viu o Maestro, destaque da partida, botar a bola de um lado e ele do outro, ampliando a vantagem para 3 a 1.
   Apesar do terceiro gol sofrido, o Flamengo não se entregou. Àquela altura, o meio-campo já equilibrava a partida, ainda que a zaga deixasse a torcida de cabelos em pé. Mas, Kleberson soltou uma bomba de fora da área, no ângulo, que surpreendeu Fernando Prass, diminuindo o placar. A equipe voltava a ter esperança.
   A partida continuava emocionante. Kleberson, de cabeça, obrigou Prass a boa defesa. O Vasco começava a se desencontrar no meio-campo. O técnico Cristóvão trocou Alecsandro por Nilton. Pouco depois, tirou Felipe, destaque do time, para pôr Carlos Alberto. 
   A partida caiu de rendimento. Já cansado, o Flamengo tentava chegar ao empate. Love e Ronaldinho, este mais aberto pela esquerda e menos apagado, tentavam resolver, mas esbarravam nos erros já de muito antes da partida deste domingo. A falta de fôlego dos principais jogadores era visível.
   Do lado do Vasco, Diego Souza também dava sinais de cansaço. A equipe tentava, nos contra-ataques, ampliar. Mas a safra de gols já havia se esgotado. No entanto, ninguém no estádio podia sair reclamando de falta de emoção. E o torcedor cruzmaltino fez a festa por um longo tempo. Afinal, nada melhor do que passar para a decisão e agravar a crise da mulambada!
Maay Aveiro








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