Nossos Ídolos: Juninho Pernambucano
Essas últimas duas semanas só se falou
dele, após anunciar sua aposentadoria Juninho Pernambucano virou o foco em São
Januário. Há comentários que o programa de Sócios, o Vasco é Meu, ganhe um
projeto especial em homenagem ao Reizinho da Colina, mas nada mais justo que
essa semana a coluna Nossos ídolos homenagear quem fez tanto não só pelo Club
Vasco da Gama, mas por nós torcedores.
Antônio Augusto Ribeiro dos Reis
Júnior, o nosso Juninho nasceu em 30 de Janeiro de 1975, recentemente completou
39 anos. Atuando como meia de criação, foi ídolo em Lyon na França e no Vasco
da Gama. Ele é considerado pela France Football o terceiro melhor estrangeiro a
passar pelo futebol Francês, já que esteve em sete conquistas nos 8 anos que
jogou pelo Lyon, clube que passou anos sem conquistar nada. Foram 100 gols em
344 partidas.
Considerado "o maior cobrador de
faltas da história do futebol mundial"
pelo físico inglês Ken Bray, Juninho tornou-se ídolo em
todos os clubes onde passou. Sua passagem só não foi muito feliz pela Seleção
Brasileira na Copa do Mundo de 2006.
Bray havia lançado o livro “How to
Score: Science and Beautiful Game” ("Como marcar: Ciência e jogo bonito”,
em português) no qual elogia as qualidades do Reizinho.
- Juninho, para mim o melhor, alcançou
a perfeição com quase 30 anos - escreveu Bray.
Ø Vamos relembrar a carreira do Juninho:
Sport Recife – O Descobrimento
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Juninho foi revelado nas categorias
de base do Sport Recife, onde chegou aos dezesseis anos. Apesar de ter
sido aprovado no vestibular para o curso de Administração de Empresas,
Juninho, depois de permanecer durante quase três temporadas nas divisões de
base do clube, optou pelo futebol e fez sua estreia na equipe principal em 11
de novembro de 1993, tem como ídolo Bruno Rossini, entrando no decorrer do
segundo tempo do empate em 0 a 0 com o Fluminense. No clube, fez parte
da "geração de ouro", ajudando o clube a conquistar o
título estadual e a Copa do Nordeste em seu segundo ano
como profissional.
Suas atuações com a camisa do
Sport, começaram a chamar a atenção dos grandes do futebol brasileiro. Não
demorou muito e Juninho acabou recebendo uma proposta
do carioca Vasco da Gama, que foi aceita. Com um início difícil,
principalmente, por ter chegado como um "contrapeso" do atacante
Leonardo, logo acabou se tornando um peça fundamental e estrela da equipe.
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Vasco da Gama – A Revelação
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Esteve presente em todas as maiores
conquistas do clube, com participações fundamentais nos dois últimos
títulos brasileiros do clube, Juninho tornou-se ídolo máximo quando
marcou o gol contra o River Plate que garantiu a presença na final
da Libertadores de 1998, conquistada posteriormente sobre o Barcelona
de Guayaquil. Esse tento rende até hoje, após sua saída do clube, uma canção,
cantada pela torcida mencionando o feito.
Também viveu um grande momento em
sua carreira defendendo o Vasco em 1999, quando se tornou o primeiro jogador
na história a disputar duas partidas em países diferentes no mesmo dia. Isso
aconteceu em 7 de setembro, quando após entrar no segundo tempo da
vitória Brasileira sobre a Argentina (4 a 2), disputada
em Porto Alegre, embarcou para Montevidéu e, após um voo
problemático, conseguiu chegar ao Uruguai a tempo de entrar no
segundo tempo da partida contra o Nacional, pela Copa Mercosul.
Apesar de todo o esforço de Juninho, o Vasco acabou perdendo por 3 a 0.
Na Copa Mercosul, Juninho esteve
presente numa das mais épicas vitórias do futebol brasileiro: após uma
vitória para cada lado na final do torneio, houve uma terceira partida. Após
sair perdendo por 3 a 0 no primeiro tempo, a equipe cruzmaltina conseguiu
virar a partida, que terminou 4 a 3, e mais um título na carreira do já
vitorioso Juninho. Logo após a partida, Juninho comentou:
Uma das principais estrelas do
Vasco, Juninho continuava com um dos mais baixos salários do elenco. Após não
conseguir um aumento com a direção, resolveu ser o primeiro jogador
brasileiro a entrar na justiça após o fim da Lei do Passe. Essa briga judicial
se prolongou durante quatro meses, sendo que Juninho ficou sem atuar durante
esse período. Sua situação mudou quando o treinador
do Lyon, Jacques Santini, indiciou sua contratação, em 2001. Por
meio de uma liminar, Juninho conseguiu se transferir.
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Lyon – A Consagração
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Mesmo tendo saído pela "porta dos
fundos" do Vasco, e ter ficado durante algum tempo sem atuar, Juninho
chegou com moral no clube francês, que na época, apesar de ser o
atual vice-campeão nacional, não era muito conhecido do Brasil, e
até mesmo na Europa. Sua intenção era apenas se estabelecer no futebol
europeu, o que aconteceu logo em sua primeira temporada: com um elenco
limitado e, mesmo fazendo sua estreia no futebol local, Juninho foi muito
importante na conquista do inédito título da Ligue 1.
Sua temporada seguinte foi ainda
melhor, conseguiu conquistar o segundo título consecutivo na Ligue 1, além de
terminar como artilheiro da equipe na temporada. E não parou por aí: na
temporada seguinte, o terceiro título, dessa vez Juninho não terminou como
artilheiro da equipe, mas foi o principal jogador. De um clube modesto e
desconhecido, o Lyon virara a maior força no país, tendo Juninho declarado a
imprensa mais tarde:
Após essa temporada, Juninho foi
eleito o melhor estrangeiro de 2004 do país e eleito para a seleção do
torneio pela revista France Football, além de ser considerado a
personalidade do ano da cidade de Lyon. Nesse mesmo ano, se iniciava a
campanha do quarto título consecutivo da equipe, igualando o recorde
do Saint-Étienne e Marseille, sendo Juninho no final da campanha,
eleito para a seleção do torneio novamente.
Porém, com as duas equipes em baixa
no cenário nacional, não foi muito difícil para quebrar o recorde de títulos
consecutivos. E isso aconteceu em 2006, uma das principais temporadas de
Juninho do clube, sendo eleito o melhor jogador da temporada e, pelo quinto
ano consecutivo, para a seleção do torneio. O domínio no cenário nacional
ainda durou mais duas temporadas. Porém, nesses duas temporadas, Juninho já
não demonstrava ser o mesmo de antes, devido a sua idade avançada. Ainda
assim, foi importante para a equipe, com suas assistência e tentos de falta,
como na campanha do título da Copa da França de 2008.
Apesar do domínio no cenário
nacional, o Lyon nunca conseguiu o mesmo no cenário europeu. Apesar de em
suas duas primeiras temporadas disputando a Liga dos Campeões da UEFA, o
clube ter terminado em terceiro em seu grupo, passando a disputar a Copa
da UEFA, o Lyon conseguiu na terceira, quarta e quinta temporada de Juninho
no clube, chegar as quartas de final, sua melhor colocação na competição.
Nessas três temporadas, o Lyon terminou em primeiro em seu grupo, à frente de
Bayern Munique, Manchester United e Real Madrid,
respectivamente. Já na sexta, pela segunda vez, o Lyon terminou à frente do
Real Madrid em seu grupo, porém, dessa vez caiu nas oitavas de final.
Em sua última temporada na equipe de
Lyon, Juninho teve atuações destacadas, porém, nessa temporada, o clube não
terminou pela primeira vez desde sua chegada, como campeão. A equipe terminou
apenas em terceiro na classificação geral, perdendo o título para
o Bordeaux. Sua última partida com a camisa do Lyon aconteceu na vitória
sobre o Caen, em 23 de maio de 2009. Ainda na partida, Juninho marcou
seu último e centésimo gol com a camisa do Lyon. Juninho é considerado o
maior ídolo da história da equipe francesa.
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Al – Gharafa – Pé de Meia
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Tendo recebido propostas tanto de
clubes internacionais, como brasileiros, Juninho acabou acertando com o
mundo árabe, para defender o Al-Gharafa, do Qatar. Usando a
camisa número cinco e com um contrato de duas temporadas, logo em sua
temporada de estreia, conquistou três títulos: a Qatar Stars Cup,
o Campeonato Qatari (sendo o tricampeonato consecutivo do
Al-Gharafa) e a Qatar Crown Prince Cup. Logo após a conquista do último,
também foi eleito o melhor jogador da temporada no Qatar.
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Vasco da Gama – Amor à Camisa
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Após não renovar seu contrato com o
Al-Gharafa, Juninho acertou seu retorno ao Vasco para encerrar sua carreira,
dez anos após deixar o clube rumo à França. Tendo sido anunciado
oficialmente em 27 de abril de 2011, Juninho abriu mão do seu alto salário no
futebol do Qatar para receber durante seu período no clube um
salário mínimo (545 reais).
Sua reestreia aconteceu em 6 de
julho na derrota de virada por 2 x 1 para o Corinthians. Tendo iniciado
a partida como titular, Juninho marcou o primeiro gol da partida logo aos
dois minutos, numa cobrança de falta. Porém, o Vasco acabou sofrendo a virada
ainda no primeiro tempo, não conseguindo reverter o placar. Juninho foi
o capitão do time e um dos principais responsáveis pelas ótimas campanhas do
Vasco nas competições que disputou. Em
2011 levou o time ao segundo lugar do Campeonato Brasileiro de
Futebol na melhor campanha do clube na história em pontos corridos. No
mesmo ano levou o time as semifinais da Copa Sul-Americana feito
inédito no clube. Na sua passagem pelo Vasco, Juninho marcou 19 gols pela
equipe e estabeleceu um recorde de gols em uma só temporada pelo Vasco: foram
14 gols em 2012.
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New York Red Bulls – Decepção
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Em 17 de dezembro de 2012, Juninho
acertou sua ida para o New York Red Bulls. Juninho estreou pelo New
York Red Bulls, em uma partida, em que atuou apenas por 36 minutos, onde, o
New York Red Bulls venceu o Malmö por 3 a
2, em Bradenton, na Flórida. E marcou seu primeiro gol em
17 de fevereiro de 2013, Mas sua equipe acabou perdendo o jogo por 3 a
1. Recebeu passe de Thierry Henry e marcou.
Em 3 de Julho de 2013 ele anuncia sua
rescisão com o clube, alegando pouco rendimento e má relação com o treinador
da equipe “Não estava me sentindo bem em campo, sem render o que poderia.
Minha relação com o treinador (Mike Petke) dificultava ainda mais. Resolvi
sair agora e quero agradecer ao clube a oportunidade de desfrutar da MLS
(Major League Soccer)”, explicou em texto divulgado no Facebook.
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Vasco da Gama - Aposentadoria
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Após sete meses de rejeitar a renovação
de contrato no Vasco, Juninho volta à Colina. No dia 11 de julho de 2013, o
Vasco anunciou o retorno de Juninho ao clube.
Juninho reestreou com a camisa do Vasco
no dia 21 de julho de 2013, contra o Fluminense. Marcou o primeiro gol
da partida no novo Maracanã, e deu uma assistência para o gol de André,
ajudando o Vasco a sair com a vitória. Logo na sua segunda partida
Juninho marcou mais um gol e foi destaque da partida ajudando o Vasco vence o
Criciúma em São Januário por 3 a 2. Em um jogo contra o Santos no Maracanã,
Juninho sente uma lesão muscular na coxa enquanto cobrava a falta. Mas o jogo
terminou empatado 2 a 2.
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Ø Aposentadoria
Juninho havia confirmado de que se
aposentaria logo após o fim do Campeonato Carioca de 2014, mas isso acabou
acontecendo antes do tempo, foi anunciado pelo presidente do clube carioca
Roberto Dinamite no dia 29 de janeiro após a goleada por 4 a 0
do Vasco da Gama no Carioca, de que Juninho confirmou sua
aposentadoria aos 39 anos, sua declaração oficial foi no dia 3 de fevereiro de
2014, ele falou de sua carreira e se emocionou ao agradecer ao Vasco e ao Sport
Recife. Juninho jogou 795 vezes e marcou 204 gols.
Ø
Prêmios Individuais
Bola
de Prata: 2000
Melhor
Jogador Estrangeiro do Campeonato Francês: 2004
Seleção
do Campeonato Francês: 2004, 2005, 2006
Melhor
Jogador do Campeonato Francês: 2006
Bola
de Ouro da UEFA : 2001
Melhor
Jogador do Qatar: 2010
Jogador
do ano: Melhor jogador do Vasco nas temporadas 1996, 1999 e 2012.
Ø Juninho também foi Seleção!
Ganhou o torneiro Toulon em 1995 e
Copa das Confederações em 2005. 40 Jogos e 6 Gols
Ø
TOP
5: Juninho Pernambucano escolhe seus gols de falta mais bonitos
Há muito tempo Juninho Pernambucano é
conhecido no mundo por sua qualidade nas cobranças de falta. Há dois anos ele fez
um balanço de sua carreira, e escolheu os cinco gols de falta mais bonitos de
sua carreira:
·
1998: River Plate 1 x 1 Vasco –
semifinal da Taça Libertadores
Juninho considera este gol na lista
pela beleza, e pela importância: com o gol, o Vasco se classificou para a final
da Libertadores, onde derrotou o Barcelona de Guayaquil e conquistou a América.
“O jogo estava perto do fim. Quando aconteceu a falta, pensei que era nossa
chance. Estava um pouco longe, mas sempre treinei bem. Sabia que se acertasse a
gente poderia ir à final. Fui para a bola, e graças a Deus deu tudo certo. Até
hoje a torcida lembra”, declarou ao Globoesporte.com.
·
2003: Bayern 1 x 2 Lyon – Liga dos
Campeões
Em uma pancada de fora da área,
Juninho fez o astro Oliver Kahn de coadjuvante no lance, que garantiu a vitória
francesa em Munique. “Ganhar do Bayern é sempre muito complicado, principalmente
na casa deles. Estávamos bem na partida, mas estava complicado. Aí teve uma
falta de bem longe, e eu fui para a bola. Acabei acertando no ângulo do Oliver
Kahn, que não chegou nem perto da bola. Acredito que foi um dos gols mais
bonitos que já fiz”, avaliou.
·
2006: Ajaccio 1 x 3 Lyon – Campeonato
Francês
A partida, realizada na Córsega,
estava difícil, com o Lyon não conseguindo furar a retranca do Ajaccio, quando
Juninho acertou uma cobrança que abriu o placar. “O Ajaccio é um clube
intermediário, mas que dificulta muito o jogo. Eles se fecharam e nós não
conseguíamos entrar. O único jeito era em cobranças de falta. Foi quando o
árbitro marcou uma falta muito longe da área, mas eu resolvi arriscar. Mesmo de
muito longe, consegui colocar um efeito na bola e enganei o goleiro”, explicou.
·
2009: Lyon 1 x 1 Barcelona – Liga dos
Campeões
O jogo estava 0 a 0 contra o temido
Barcelona, quando o árbitro anotou uma falta na lateral da área para o Lyon.
Todos esperavam uma bola cruzada, mas Juninho surpreendeu. “Joguei algumas
vezes contra o Barcelona e não me lembro de ter tido um jogo fácil. Teve um
jogo na Liga do Campeões em que, logo no início, tivemos uma falta na lateral
da área. Todo mundo estava esperando um cruzamento, mas eu decidi bater
direto”, relatou.
·
2000: Vasco 3 x 1 Cruzeiro –
Campeonato Brasileiro
Na campanha para o título brasileiro
de 2000, um dos destaques foi o belo gol contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte.
“No Mineirão, é sempre complicado. Estávamos vindo de um empate e tínhamos que
fazer gol. Lembro que tive uma falta na lateral da área e chutei direto para o
gol. Acertei o ângulo, e acabamos vencendo por 3 a 1. Mas quando fiz o gol
ainda estava 0 a 0″, afirmou.
Ø
Vai continuar sendo
Inspiração!
Maay Aveiro
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